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Cisnes
Júlio
Salusse (1878–1948)
A vida,
manso lago azul algumas
Vezes,
algumas vezes mar fremente,
Tem
sido para nós constantemente
Um
lago azul, sem ondas, sem espumas
Quando
sobre ele, desfazendo as brumas
Matinais,
rompe um sol vermelho e quente,
Nós
dois vogamos indolentemente
Como
dois cisnes de alvacentas plumas.
Um dia,
um cisne morrerá por certo;
Quando
chegar esse momento incerto,
No lago,
em que talvez a água se tisne,
Que
o cisne vivo, cheio de saudade,
Nunca
mais cante, nem sozinho nade,
Nem
nade nunca ao lado de outro cisne!
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