domingo, 10 de agosto de 2014

Cisnes

Imagem da Internet


Cisnes
                                           Júlio Salusse (1878–1948)

A vida, manso lago azul algumas
Vezes, algumas vezes mar fremente,
Tem sido para nós constantemente
Um lago azul, sem ondas, sem espumas

Quando sobre ele, desfazendo as brumas
Matinais, rompe um sol vermelho e quente,
Nós dois vogamos indolentemente
Como dois cisnes de alvacentas plumas.

Um dia, um cisne morrerá por certo;
Quando chegar esse momento incerto,
No lago, em que talvez a água se tisne,

Que o cisne vivo, cheio de saudade,
Nunca mais cante, nem sozinho nade,
Nem nade nunca ao lado de outro cisne!



Nenhum comentário:

Postar um comentário