domingo, 28 de setembro de 2014

Del Amor Maravilloso

Imagem recebida por e-mail. Arquivo Pessoal

Del Amor Maravilloso
Federico García Lorca (1898-1936)

Con todo el yeso
de los malos campos,
eras junco de amor, jazmín mojado,

Con sur y llama
de los malos cielos,
eras rumor de nieve por mi pecho.

Cielos y campos
anudaban cadenas en mí manos.

Campos y cielos
azotaban las llagas de mi cuerpo.



sábado, 27 de setembro de 2014

Livros

Montagem em 26/09/2014


"... No fundo, as pessoas não compram autores, não compram livros. Compram a emoção que a história promete proporcionar. O que cada leitor quer é, durante a imersão no mundo criado pelo escritor, esquecer-se dos problemas, angústias e tragédias do dia a dia. Ou, ainda que por alguns instantes, experimentar uma vida diferente da sua realidade." [in 'A Máquina de Contar Histórias' de Maurício Gomide]


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Felicidade

Imagem de Arquivo Pessoal


"A felicidade não passa de saúde boa e memória fraca." [Albert Schweitzer]

domingo, 21 de setembro de 2014

A voz da árvore

Imagem de Arquivo pessoal

A Voz da Árvore
                                                                                                   Salomão Jorge (1902 - Falecido)


Não me maltrates, porque Deus castiga,
Aquele que me fere é ingrato e imputo,
Sou a macia sombra que te abriga
E o ar que tu respiras, leve e puro.

Sou o albergue do pária nos caminhos,
E como tu, padeço, sonho e  penso,
E  sou também jardim - jardim suspenso -
Onde se orquestram as canções dos ninhos.

Homem, ao Céu levanta a tua prece,
E agradece ao Senhor, clemente e eterno;
Nas longas noites úmidas de inverno,
Sou o calor em que o teu lar se aquece.

Fazer o bem me empolga e me consome,
Ser o teu teto, ser a tua rede,
Ser a linfa que te mitiga a sede,
E ser o fruto que mata a fome.

Na minha fronde cantam esperanças,
Como pássaros trêfegos, contentes;
Feliz, eu sou a cama em que descansas,
E em que dormem seus filhos inocentes.

Se dos meus frutos ricos te alimentas,
E respiras o odor das minhas flores,
Tantas vezes acalmo as tuas dores,
Sendo o braço das tuas ferramentas.

procuro distrair-te da tristeza,
E defender-te do tufão que arrasa,
Não te esqueças que sou a tua mesa,
E que também sustento a tua casa.

Sou bordão em que velho tu te amparas,
Sou o berço dos teus primeiros dias,
E a viola que soluça, em noites claras,
O rimário das tuas fantasias.

Sou o papel, a nobre e eterna ponte,
Que liga o acaso ao fúlgido arrebol.
Jornal, eu levo a vida ao vale e ao monte,
Livro, sou a ate, a ciência, o pão, o sol.

Dei-te do cerne rude do meu peito,
Os barcos com que tu singraste os mares;
Sou a imagem do teu ideal perfeito,
Entalhada na cruz dos teus altares.

Se morres, como é igual a nossa sorte,
Eu sou a tua verdadeira amante,
Eu sou o teu caixão, e fiel, constante,
Parto contigo para a própria morte.



sábado, 20 de setembro de 2014

¿Cómo transcurre pues la vida?

Imagem de Arquivo Pessoal

"¿Cómo transcurre pues la vida? Día trás día, nos esforzamos valerosamente por representar nuestro 'apel em esta comedia fantasma. Como primates que somos, lo esencial de nuestra actividad consiste en mantener y cuidar nuestro territorio de manera que este nos proteja y halague, en subir o no bajar em la escala jerárquica de la tribu y en fornicar de cuantas formas podamos – aunque no fuere más que en fantasia – tanto por el placer como por la descendência prometida. Para ello,empleamos una parte nada desdeñable de nuestra energia em intimidar o seducir, pues ambas estratégias bastan para asegurar la conquista territorial, jerárquica y sexual que anima nuestro conatus. Pero nada de todo ello lo percibe nuestra conciencia. Hablamos de amor, del bien y del mal, de filosofia y de civilización, y nos aferramos a esos iconos respetables como la garrapata a su perrazo caliente." [in 'La Elegancia del Erizo' de Muriel Barbery]





sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Alguma coisa


Imagem de Arquivo Pessoal, via E-mail



"Se quisermos compreender alguma coisa, precisamos nos dedicar ao silêncio."   [Federico Fellini]


domingo, 14 de setembro de 2014

Of God and Gold

Imagem de Arquivo Pessoal

Of God and Gold
Vinicius de Moraes (1913-1980)

As gold breeds misery
Misery breeds light
That makes the stones glare
For the pauper's delight.

Light is but the pauper's gold
Stones are but rocks
That pave the way where run
God's miserable flocks

The world has many rocks
God has many flocks
God's a shepherd, I was told
God is made of gold.

sábado, 13 de setembro de 2014

Depression

Imagem de Arquivo Pessoal: Júlia Roberts in Eat Pray Love

"The last thing I tried, after about two years of fighting this sorrow, was medication. If I may impose my opinions hre, I think it should always be the last things you try. For me, the decision to go the route of "Vitamin P" happened after a night when I'd sat on the floor of my bedroom for many hours, trying ver hard to talk myself out cutting into my arm with a kitchen knife. I won the argument against the knife that night, but barely. I had some other good ideas around that time - about how jumping off a building or blowing my brains out with a gun might stop the suffering. But something about spending a night with a knife in my hand did it." [in ""Eat Pray Love" de Elizabeth Gilbert]

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Alone

Imagem de Arquivo Pessoal: Donald and Dayse in 'Fantasia 2000'



"But in my mind of all mankind I love but you alone." [A.D]



domingo, 7 de setembro de 2014

Nós e Vós

Imagem recebida através de E-mail. Arquivo Pessoal



Nós e Vós
Gibran Kahlil Gibran (1883-1931)

Nós somos os filhos da Tristeza, e vós,
os filhos da Alegria. Somos filhos da Tristeza,
e a Tristeza é a sombra de um Deus
que não vive nos corações do maus.

Somos espíritos tristes, e a Tristeza é
grande demais para caber em corações pequenos.
Quando rides, nós choramos e  lamentamos;
e aquele que é crestado  e purificado
pelas suas próprias lágrimas
permanecerá puro para sempre.

Vós não compreendeis, nós vos oferecemos
nossa simpatia. Remais, rio-abaixo,
na corrente do Rio da Vida,
e não nos vedes; mas sentamo-nos,
de parte, ao lado, observando-vos e ouvindo
vossas vozes estranhas.
Não compreendeis nosso choro,
porque  o clamor dos dias enche 
vossos ouvidos,
fechados com a cera
de vossos anos de indiferença à Vontade.

Mas ouvimos vossos cantos,
pois o sussurro da noite abriu
o recôndito de nossos corações.
Nós vos vemos sob a ponta do dedo indicador
da luz,
mas não podeis ver,
porque nos demoramos
nas trevas que trazem luz.

Somos os filhos da Tristeza: os poetas,
os profetas e os músicos.
Tecemos túnicas para as deusas
com fios de nossos corações,
e enchemos as mãos dos Anjos
com sementes do íntimo de nossas vidas

Sois os filhos da busca da alegria
terrena. Pondes os corações nas mãos
da Fatuidade, pois o toque das mãos
da Fatuidade é leve e convidativo.

Residis na casa da Ignorância,
porque ela não tem espelho
em que se mirem as almas,

Suspiramos, e de nossos suspiros
desperta o cochilo das flores,
e sussurro das folhas e o murmúrio dos regatos...

Quando nos ridicularizais, vossos motejos
se misturam
ao despedaçamento de caveiras,
ao arrastar de algemas
e aos lamentos do Abismo.

Quando choramos, nossas lágrimas caem
no coração da  Vida, como caem gotas de orvalho
dos olhos da Noite no coração da Aurora.

Quando rides, vosso riso zombeteiro
se derrama como peçonha de uma víbora
numa ferida viva.

Nós choramos, simpatizando
com o miserável viandante
e a viúva aflita;
mas vós vos regozijais,
sorrindo,
à vista do resplendente ouro.

Choramos, pois ouvimos
os queixumes do pobre
e as lamentações dos oprimidos;
vós, entretanto, rides, pois nada ouvis, senão
o som álacre das taças de capitoso vinho.

Choramos, pois nossos espíritos se acham,
no momento, longe de Deus;
mas rides, pois vossos corpos
apegam-se
displicentemente,
à terra.

*     *     *

Somos os filhos da Tristeza, vós sois
os filhos da Alegria.
Comparemos, diante do sol, o resultado
de nossa Tristeza.
com  o que vos traz vossa Alegria.
Construístes as Pirâmides
sobre os corações de escravos.
Hoje, porém, as Pirâmides
se erguem sobre a areia, perpetuando
a nossa imortalidade
e a vossa transitoriedade.

Construístes Babilônia
sobre os ossos dos oprimidos
e erguestes Ninive
sobre os túmulos dos infelizes.
Hoje Babilônia não passa das pegadas
de camelos sobre a areia solta
do deserto, e a sua história é repetida
aos pósteros que nos bendizem
e vos amaldiçoam.

Nós esculpimos Istar
de um bloco sólido de mármore
e a fizermos tremer em sua solidez
e falar em sua mudez!

Compusemos e executamos,
nas cordas de nossos instrumentos,
o suave cântico de Nahawand,
fazendo com que o seu amado espírito
pairasse, nos céus, perto de nós.
Louvamos o Ser Supremo
com palavras que proferimos
e atos que praticamos.
Nossas palavras se divinizaram
e os nossos atos valem
o amor
dos próprios Anjos.
Buscais o Prazer, cujas garras afiadas
dilaceraram milhares de mártires nas arenas
de Roma e Antioquia.
Mas nós buscamos o silêncio,
cujas mãos hábeis teceram
a Ilíada, o Livro de Jó
e as Lamentações de Jeremias.

Vós vos deitastes com a Sensualidade,
cujo desregramento varreu milhares
de almas de mulher
e as enterrou na cova
da vergonha e do horror.

Nós preferimos a Solidão,
a cuja sombra nasceram, vivas,
as belezas de Hamlet e Dante Alighieri.

Vós buscastes os favores da Ambição,
e as afiadas espadas da Ambição
derramaram mil rios de sangue.
Nós procuramos a companhia da Verdade,
e as mãos da Verdade proporcionaram
Sabedoria do Grande Coração do Círculo
da Luz.

Somos os filhos da Tristeza, vós sois
os filhos da Alegria. E entre a nossa Tristeza
e a vossa Alegria há um caminho estreito
e áspero
sobre o qual não passam
vossos corcéis fogosos
nem vossas magníficas carruagens.

Temos pena de vossa pequenez,
e odiais nossa grandeza.
E entre a nossa piedade e o vosso ódio
o Tempo pára, perplexo.
Vimos a vós, como amigos,
mas vós nos atacais, como inimigos.
E entre a nossa amizade e a vossa inimizade
há uma ravina que corre,
de lágrimas e sangue.

Construímos palácios para vós,
e cavais túmulos para nós.
E entre a beleza do palácio
e a obscuridão do túmulo
caminha a Humanidade
como uma sentinela de armas de ferro.

Sobre os vossos caminhos espalhamos rosas,
e vós cobris de espinhos as nossas camas.
E entre as rosas e os espinhos
a Verdade cochila, caprichosa.

Desde o princípio do mundo  tendes lutado
contra o nosso poder cordato
com a vossa fraqueza rude
e quando, acaso, triunfais por um momento,
coaxais e gritais, tanto, satisfeitos,
como as rãs no brejo.
E quando vos vencemos e dominamos
por uma Idade,
permanecemos como Gigantes silenciosos.

Crucificastes a jesus e depois ficastes,
embaixo, zombando d'Ele e blasfemando.
Mas, afinal, ele desceu da cruz
e sobreviveu a gerações,
e andou entre vós, como um herói,
enchendo o Universo com a Sua Glória
e Sua beleza.

Envenenastes Sócrates,
apedrejastes Paulo,
destruístes Ali Talib
e assassinastes Madhat Pashá,
mas aqueles imortais ainda estão conosco
e para sempre voltados para a Eternidade.
Mas vós viveis na memória dos homens
como cadáveres sobre a terra;
nem achareis u'a mão amiga
que vos sepulte na obscuridade
do não-ser e do esquecimento
que na terra procurastes.
Somos os filhos da Tristeza, e a Tristeza
é uma nuvem rica,
chuva de sabedoria e de Verdade
sobre as multidões.
Vós sois os  filhos da Alegria
e, por mais alto que se eleve
vossa Alegria,
ela deve, pela Lei de Deus, ser destruída,
diante dos ventos dos céus
e dispersada em nada,
pois ela  nada mais é
do que uma coluna de fumaça
fina, sinuosa e trêmula...



sábado, 6 de setembro de 2014

Solidão

Imagem recebida via e-mail, Arquivo Pessoal.



"Concordei, sem pestanejar: "Sim, dizem os sábios que quem deserta do mundo com o fim apenas de adorar a Deus abandonará todo prazer e abundância da vida, contentando-se com os produtos só de Deus. vivendo de plantas  e de água." Após uma pausa,  pensativa,  ele ponderou: "Eu podia ter adorado a Deus enquanto vivia entre as Suas criaturas, pois adoração não exige solidão. Não me apartei dos homens para ver Deus, pois que eu já O tinha  visto na casa de meus pais. Separei-me deles porque a sua natureza estava em conflito com a minha, e seus sonhos não combinavam com os meus... Abandonei os homens porque achei que a roda da minha alma girava numa direção, rangendo asperamente em direção contrária. Deixei a civilização porque achei que ela era uma árvore velha e carcomida, forte e terrível, cujas raízes mergulham na escuridão da erra  cujos galhos se erguem além da nuvens: mas sua florescência é de cupidez, maldade e crime, e seus frutos são angústia, miséria e medo. Apóstolos, que os tem havido, tentam melhorá-la, mas não tem tido êxito. Morrem sempre desapontados, perseguidos, maltratados."" [in "Segredos do Coração" de Gibran Kahlil Gibran] 

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Crescer


Imagem da Internet



"Quando você espera por bênçãos que não pode nomear, ou quando chora sem saber o motivo, você está crescendo com todas as coisas que crescem e elevando-se ao seu eu superior." [Gibran Kahlil Gibran]