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Ser Mãe
C .A.Wanderley (1957)
Ser Mãe, não é ter dado um filho à luz
e criá-lo com seu sangue em fartos peitos,
à crueza dos desejos imperfeitos
que a fúria dos instintos maus conduz.
A fauna, que não pensa e não deduz,
na terra toda transformada em leitos
de rude amor dos brutos satisfeitos,
também cria, também se reproduz.
Ser Mãe é muito mais: é ser ternura,
é ser renúncia, é ideal ventura,
sofrendo, então, fatal metamorfose.
É dar ao filho que lhe suga o seio,
o verdadeiro amor, em doce anseio,
Ser Mãe é divinal metempsicose!
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