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Imagem scaneada de uma antiga revista |
O Relógio
Salomão Jorge (1902 - Falecido)
No meu quarto sem luz, sofro sozinho,
Vendo-te, sombra pálida de alguém,
De alguém que é o meu consolo e o meu carinho,
Única aspiração, único bem!
Estrela da manhã do meu caminho,
Ninguém como eu te quer, ninguém, ninguém...
Sem ti não beberia o amargo vinho
Da vida, rosa ideal que nunca vem!
E de ti como escalda a minha sede!
Tudo parece ter pena de mim,
Mesmo o velho relógio da parede!
Relógio! - Ela virá? - Pequeno em vão.
O ponteiro seguindo diz que sim,
E o pêndulo chorando diz que não.
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