Vulto
Sheila Vargas
Um homem caminha
entre a multidão inquieta
Está ferido esse homem
que sozinho caminha
em anonimato
É grande a sua dor
Em seus ombros
há marcas de uma cruz
que não se vê
em seu coração
uma ferida aberta
- nascente de lágrimas
de uma saudade profunda
É amargo esse homem
que alguns chamam excêntrico
É humano para mim
tal criatura
É um poeta
sem nome
sem glórias
(um sonhador apenas)
que na multidão chora em silêncio e a sós
a morte de seu grande amor.
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