domingo, 19 de maio de 2019

Saudades


SAUDADES
Casimiro de Abreu




Nas horas mortas 
da noite Como é 
doce o meditar 
Quando as estrelas 
cintilam Nas ondas 
quietas do mar; 
Quando a lua 
majestosa Surgindo 
linda e formosa, 
Como donzela 
vaidosa 
Nas águas se vai mirar!

Nessas horas de 
silêncio, De 
tristezas e de 
amor, 
Eu gosto de ouvir 
ao longe, Cheio de 
mágoa e de dor, 
O sino do 
campanário Que 
fala tão solitário 
Com esse som 
mortuário Que 
nos enche de 
pavor.

Então – proscrito e 
sozinho – Eu solto aos 
ecos da serra 
Suspiros dessa saudade 
Que no meu peito se 
encerra. Esses prantos 
de amargores São 
prantos cheios de 
dores: 
– Saudades – dos meus amores, 
– Saudades – da minha terra!



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