"— Não sabemos. O porteiro noturno tinha saído quando ela chegou ontem à noite, cada morador tem a chave da portaria. Os vizinhos não ouviram nada de anormal, ninguém ouviu gritos ou barulho de luta. De toda maneira, ela não tem marcas no corpo. A impressão é de que se deixou amarrar sem oferecer resistência, e o saco deve ter sido enfiado na cabeça sem que ela tivesse tido tempo de gritar. O corpo foi descoberto há menos de uma hora por uma amiga que tinha a chave do apartamento e que estranhou ela não atender ao seu chamado durante todo o dia, apesar de terem marcado um almoço. Ninguém mexeu em nada. O porteiro falou que você tinha estado à procura dela, que deixou um bilhete e que seu carro está estacionado quase em frente ao prédio. Não está trancado."
[in 'Achados e perdidos' de Luiz Alfredo Garcia-Roza]
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