Mortos na Floresta
Raquel Naveira
Há um momento
Em que contabilizamos os mortos:
Avós,
Tios,
Tios-avós,
Uma geração,
Aí, nós os enterramos na floresta,
Meio corroídos de ácido,
Deformados pela velhice
E passamos um trator sobre as ossadas.
Depois, passeamos pela terra arada,
Empapada da sangue,
O vento soprando
Nas árvores esquálidas
Que soltam cinzas.
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