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Dor Oculta
Guilherme de Almeida (1890-1969)
Quando uma nuvem nômade distila
gotas, roçando a crista azul da serra,
umas brincam na relva; outras, tranquila,
serenamente entranham-se na terra.
E a gente fala da gotinha que erra
de folha em folha e, tremula, cintila,
mas nem se lembra da que o solo encerra,
da que ficou no coração da argila!
Quantas gente, que zomba do desgosto
mudo, da angústia que não molha o rosto
e que não tomba, em gotas pelo chão,
havia de chorar, as adivinhasse
que há lágrimas que correm pela face
e outras que rolam pelo coração!
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