domingo, 20 de março de 2016

Outono

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Outono
Salomão Jorge (1902-Falecido)


Nestes parques românticos, o outono
Arrasta o manto num frou-frou de sedas,
E as folhas secas, bêbadas de sono,
Vão rodopiando pelas alamedas...

Tua alma de renúncia e de abandono
Anuvia os caminhos, as veredas.
Enquanto as folhas, bêbadas de sono,
Vão rodopiando pelas alamedas...

Ó doce outono... adolescência do ano...
A primavera é um delicioso engano,
E o ouro do estio os corações  deslumbra!

Mas tu, com tuas horas mansas, quietas,
És o poeta das  emoções discretas,
O joalheiro de sonhos na penumbra!



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