![]() |
Imagem da Internet |
Crepuscular
Paulo Bonfim
Quando a tarde afogar toda a inocência,
É preciso partir. Galgar as dunas,
Sonhar balsas no lodo das lagunas
E sentir junto aos pés essa inclemência
De sáfaras colheitas. E a vivência
Povoá-la de infinito nas lacunas
Herdadas, e plantar outras colunas
Na colina de vento, sobre a ardência.
Dos sentidos enfermos fustigados.
É preciso partir mesmo que a onda
Do que há de vir imunde os desgarrados;
Gravaremos a fogo nossa sorte:
- Entre o verbo partir e a frase - sonda,
A força de viver e o dom da morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário