"Enfrentando difícil viagem, foi consultar o oráculo sagrado, embora sabendo que há anos mantinha-se mudo. "Comigo falará", pensou cheio de fé, prostrando-se no templo, sob o olhar vigilante dos sacerdotes.
Mas por mais que implorasse, o silêncio foi único eco à sua pergunta, nenhum som varando os vapores que envolviam o oráculo.
Pago o tributo, saiu na praça ensolarada. Uma nova alegria parecia explodir em cada canto, transbordando risos e brindes pelas ruas, escorrendo danças até o mercado. E ao indagar o porquê de tão súbita felicidade, soube que enfim, consultado por um estrangeiro, o oráculo havia falado.
Só ele, o estrangeiro, nada ouvira."
[in Contos de Amor Rasgados de Marina Colasanti]
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