"O instrutor disse: tudo é Deus - essa afirmação é o 'Fim das Vedas'."
Quando o adepto ouviu isso, compreendeu: Deus é a única realidade. A Divindade se move em todas as coisas, sem sofrimento, intangivelmente. Tudo o que existe no mundo, sujeito ou objeto, é apenas o véu de da sua Maya.
Ele se viu apanhado por um sentimento extremamente forte; sentiu-se como se fosse uma nuvem imensa e luminosa, expandindo-se infinitamente até preencher todo o céu, e ele se movia como uma nuvem, livre da força da gravidade. Em total absorção, mantinha-se no meio da rua quando repentinamente um elefante se aproxima, vindo na sua direção. O condutor do elefante, sentado no alto da enorme cabeça do animal, gritava para o homem dizendo: "Saia da frente, saia da frente!" E os guisos presos aos arreios do paquiderme ressoavam como se fossem uma risada de prata à medida que o animal se movia.
O adepto ouviu e viu o elefante muito claramente, apesar do seu estado de êxtase, mas não saiu do caminho, dizendo para si mesmo: "Por que eu deveria sair?" Eu sou Deus, o elefante é Deus. Será que Deus vai ficar com medo de Si mesmo?"
Destemidamente, caminhou na direção do animal que no último momento, apanhou-o, prendeu-o em sua tromba e lanço-o para o lado, colocando-o, não muito gentilmente, na poeira da estrada.
O adepto, completamente atordoado e coberto de poeira, voltou ao seu instrutor e relatou seu encontro com o animal.
O guru disse: "Você está certo: você é Deus e o elefante é Deus. Mas por que você não deu ouvidos à voz de Deus que falava com você do alto do elefante?"" [in Almanaque do Pensamento 1990]
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