[ ... ]
"Abriu a porta...
Que era aquilo, a pender do gancho no teto? Uma corda com a laçada pronta? E uma cadeira para subir em cima... uma cadeira que podia ser derrubada com um pontapé...
Era aquilo o que Hugo queria...
E era isso, está claro, o que dizia o último verso:
Ele então se enforcou, e não ficou nenhum...
A figurinha de porcelana caiu-lhe da mão. Rolou desprezada e foi quebrar-se de encontro ao guarda-fogo da lareira.
Como um autômato, Vera avançou. Este era o fim... ali, onde a mão fria e molhada (a mão de Cyril, naturalmente), lhe tocara no pescoço...
Você pode ir até o penedo, Cyril...
Eis o que era assassinar... uma coisa tão fácil!
Mas, depois, a gente não parava de recordar-se...
Subiu na cadeira com os olhos fixos na sua frente, como uma sonâmbula... Ajustou o nó em torno do pescoço.
Hugo estava ali para tratar de que ela fizesse o que tinha de fazer.
Vera deu um pontapé na cadeira..."
[ ... ]
[in O Caso dos Dez Negrinhos de Agatha Christie, mais recentemente rebatizado de Não sobrou nenhum]
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