Tão Azul
Paulo Bomfim
Tão azul ver-te partir
Escoltada de silêncio!
Os alaúdes calados,
Os retratos pensativos,
Limo na voz das estátuas,
Cantares emurchecidos,
A seiva petrificada.
Longe navios parados
E moendas sem moer.
Perto uma ausência crescente,
Toda clareira de adeus,
Um soluço nos relógios,
Gota de sal sobre a mesa,
Fumaça intacta no espaço
E a palavra sem ser dita
Num estojo de veludo.
Tão azul ver-te partir
Entre capítulos brancos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário