domingo, 16 de outubro de 2016

Tempo de partir



Tempo de Partir
Paulo Bomfim


Sei que é tempo de partir.
Há flor de sangue nos coldres, 
Esporas tinindo o agreste,
Asas batendo nos ombros,
Balsas flutuando no verso.
Sei que é tempo de partir.
Há convite nos sapatos,
Convocação nas gravatas, 
Chamados no cinto enfermo,
Lenços pandos de horizonte,
Sei que é tempo de partir.
Guardem de mim o que fui,
Minhas fronteiras de herança,
Os andejos testamentos,
Legados de inconformismo,
Um rir de risada antiga,
Uma ternura vadia,
E esta paixão por destino.
Sei que é tempo de partir:
- Para as perguntas da noite,
As estrelas em meu peito.



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